terça-feira, 21 de outubro de 2008

NINA---- CÃES, CRIANÇAS E ASSUNTO

Pessoas, peço desculpas por não ter mais escrito esses dias. Meus pais têm trabalhado muito e o uso do pc tem ficado bem concorrido.

Hoje tocarei em um assunto que renderam algumas lágrimas e discussões (não brigas, viu?!) aqui em casa.

Minha mãe ontem, tarde da noite, estava vendo um programa que falava de maus tratos infantis. Mas como a minha mãe estava zapeando entre outros canais, acabou não vendo a reportagem completa. De certa forma até foi bom.

Como vocês sabe, por enquanto meus pais não têm filhos-humanos. Meus pais gostam de crianças, bebês; apenas não aconteceu ainda aqui em casa, a "visita da cegonha".

Bom, em determinado momento da reportagem, uma menina de 11 anos, contava ao repórter que ela foi abusada sexulmente durante anos por um tio que era vizinho da casa dela. O tio, tinha 22 anos na época e o primeiro abuso aconteceu na casa da avó dos dois.



Não bastando essa fatalidade acontecer, a garota não contava para seus pais o que acontecia, porque claro que o abusador a ameaçava e ameaçava matar os pais dela. Para convencê-la melhor de que ele era capaz de cometer esses assassinatos, ele cortou a pata do cão de estimação da menina.

Todos sabem que abusos sexuais, infelizmente, acontecem muito mais frequentemente do que imaginamos e em todas as classes sociais. Não depende da pessoa ser pobre ou mais intelectual. Depende sim de uma mente doentia.

Minha mãe obviamente começou a chorar e meu pai ficou triste por isso (meu pai detesta ver minha mãe chorando). Minha mãe contou de dois amigos que ela tinha na infância que foram abusados sexualmente: um era menino e outra menina.

Por causa da religião desses amigos da minha mãe, os pais deles (que não eram os mesmos, me fiz clara?) foram convencidos a "perdoar os abusadores pois Deus é quem faz a justiça e não os homens". Vejam que até as instituições religiosas acabam protegendo esses seres doentes.

Meu pai acabou lembrando também que atualmente os jovens começam sexualmente mais cedo e os pais parecem não se importarem com isso. Vejam o exemplo da garota de Sto André que teve como carrasco e executor, seu ex-namorado. Quando eles começaram a namorar, a garota tinha 12 anos de idade. Isso é bom pra qualquer adolescente que ainda está formando sua personalidade? E as novelas que são vendidas para o mundo inteiro, que têm como protagonistas meninas mal saídas da adolescência com aparência de menina mas totalmente sexualizadas, sedutoras?

Também meu pai lembrou de uma reportagem que ele leu há alguns dias que dizia que o Congresso de Odontologia de 2008 teve como uma das discussões que o profissional odontopediatra, fosse orientado a fazer denúncias quando encontrasse em seus pacientes hematomas que a criança e os pais não conseguissem "explicar".

Muitas vezes achamos que os problemas não são nossos quando escutamos certas coisas da casa do vizinho ou mesmo alguns não querem arrumar inimizades com o vizinho de porta; mas como ficaria sua consciência sabendo que um assassinato, um abuso físico ou sexual poderia ser evitado se você denunciasse?

Como se sentiria você sendo uma criança que ao invés de ter um carinho, um lar com regras justas a serem seguidas, um adulto que te ajudasse a ser humano sem frustrações e com boa autoestima; tivesse o contrário disso tudo?

Como denunciar? Aos conselhos tutelares. Ou pelo Disque 100. Ou ainda pelo 181. Tudo anonimamente.

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Para encerrar esse assunto que eu sei que é chato e que alguns quando lerem vão lembrar da própria infância, quero destacar um momento da entrevista.
O repórter perguntou como que ela fazia para superar esse problemão, com quem ela conversava.....

E a menina se emocionou contando que ela conversava muito com os animais de estimação que ela tinha: o tal cão da pata cortada pelo abusador, os dois periquitos que ela tinha e os peixinhos do aquário. Em um dado momento deste trecho, ela com lágrimas dizia :
"tinha certeza que eles eram capazes de me entenderem, os olhinhos deles
prestavam atenção quando eu desabafava e contava tudo, tudo, tudo; pra
eles.".

Tenha certeza que sim, menina. Nós: cães, gatos, peixes, pássaros, tartarugas e todos os que dividimos os lares com vocês humanos, além de sabermos, entendermos e sentirmos tudo o que vocês passam, nos sentimos impotentes de querer ajudarmos e não podermos fazer mais que boas mordidas aos seus agressores.

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A garota um dia tomou coragem e falou com seus pais. Os pais denunciaram o tal tio da garota que hoje é procurado pela justiça e a menina desde o dia do desbafo com seus pais, faz acompanhamento com uma psicóloga.

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Lambidas, que todos tenham coragem!

2 comentários:

Luzinha disse...

uma tristeza!
uma barbaridade!
um desaforo!
uma droga!
Nhé!
eu acho que a gente tem, sim, obrigação de denunciar esses acontecimentos. é prá isso que existe a denúncia anônima se a gente não quiser se indentifica, mas não podemos deixar passar em branco coisas horríveis como essa. eu sou a favor! muito bem, Nina! tou contigo!

Anônimo disse...

Isso mesmo, dona Lu!

BEM VINDOS!!!

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